Texto de Odair Marques da Silva, www.africaatual.com.br
Centenas, talvez milhares, de profissionais que se adentram à proposição de coaching, tutores e mentores, investem horas em estudos sobre os cenários nacionais e internacionais para contribuir com seus assessorados e mentoreados na leitura dos fatos e acontecimentos que se desenrolam no mundo global. Aprender a ler o mundo é um desafio. Por vezes nos percebemos emaranhados no uso de lentes e filtros estereotipados ou mesmo ideologizados. Esse comportamento pode tornar nosso percurso profissional, do empreendedorismo ao acadêmico, um fator limitante ou resultante ao promover o processo de bloqueios mentais que restrinjam nosso desenvolvimento pessoal, e, por conseguinte, o desenvolvimento da nação.
De forma resumida, pois essa análise merece aprofundamentos, traçam-se três tópicos que procuram romper a bolha duma leitura estereotipada ou ideologizada e apresentar elementos de reflexão. No contexto de alicerçar nossas tomadas de decisão.
BRICS, na África do Sul
Os BRICS já se consolidam como potência mundial: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A força econômica em PIB desses cinco países supera o G7 (clube dos países mais ricos do mundo), composto por Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos da América. Só a análise deste fato já nos questiona, para onde devemos direcionar nossos estudos, será que temos que incluir o Mandarim com língua estrangeira em nosso portifólio? Já pesquisamos como importar ou exportar para os países do BRICS? E, em intercâmbio universitário, será que frequentar uma especialização, uma bolsa sanduiche, ou um congresso nesses países agregaria oportunidades de trabalho, empreendedorismo, e networking ao meu currículo?
Mas, não é só isso. Mais de 40 países se inscreveram solicitando adesão ao clube dos BRICS. Nesse última plenária deliberativa, com a presença do Presidente do Brasil, Luís Ignácio Lula da Silva, seus componentes aprovaram a entrada de mais seis países: Emirados Árabes Unidos (sede de Dubai, petróleo); Arábia Saudita (petróleo); Irã (potência petrolífera); Egito (África e gestor do Canal de Suez); Etiópia (África e nação emergente) e Argentina (Língua hispânica e América do Sul). Com 11 países em sua composição, passam a compor uma das mais importantes organizações do conceito multipolar e da geopolítica mundial.
Fórum Econômico Brasil e Angola
Na sequência do encontro dos BRICS, o presidente da República do Brasil deslocou-se para Luanda, capital de Angola. Neste país, promove termos de cooperação como o presidente de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço. Assume o compromisso de instalar um Consulado Geral do Brasil no país, encarregado de negociações comerciais e empresariais, entre estes o agronegócio e as indústrias brasileiras se beneficiarão fortemente, além do atendimento aos mais de 30 mil brasileiros residentes neste país, a maior comunidade brasileira em África. Noutra dinâmica, o presidente fortaleceu o Fórum Econômico Brasil-Angola, com o estímulo e incremento de importações e exportações.
PALOP e São Tomé e Principe
PALOP, países africanos de língua oficial portuguesa, e CPLP, comunidade dos países de língua portuguesa (Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste), são organizações de intercâmbio há muito formalizadas. Neste país, São Tomé e Príncipe, o Brasil desempenha uma iniciativa diplomática que aquece o entrelaçamento entre estas importantes nações, em encontro de chefes de Estado. Alberto N. Pereira, Ministro dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe comenta o evento: “O mundo pertence cada vez mais aos jovens e é a eles que cabe a grande responsabilidade de transformá-lo, contudo, é de todos nós o dever de preservá-lo”.