
O mundo está em constantes mudanças geológicas e políticas, e o que mantém essas rodas de engenho girando a favor dos países mais ricos são o mercado financeiro e os poderes. Prova disso é o “Tarifaço”. Fica inviável a sustentação de 50% sobre os produtos brasileiros, mas o Brasil é como uma Fênix: renasce de suas cinzas no mercado globalizado com suas riquezas naturais (energias renováveis, agronegócio, minerais nobres, petróleo, ferro e aço, clima, terras férteis e tantas outras), tecnológicas e a vertente de recebimento de investimentos dos grandes players do planeta.
Dando seguimento ao “Tarifaço” e às consequências na economia brasileira, segue a nota de apoio ao Brasil das CÂMARAS AMERICANAS, que estão entre as maiores do mundo.
A Câmara de Comércio dos EUA pede uma saída contra a tarifa ao Brasil.
- Um dos pontos a nosso favor, conforme a NOTA, é que mais de 6,5 mil pequenas empresas americanas dependem de produtos brasileiros.
Nota da Câmara de Comércio dos EUA e ACHAM Brasil
A CÂMARA DE COMÉRCIO DOS EUA, a maior câmara de comércio do mundo, emitiu uma nota conjunta com a ANCHAM BRASIL (câmara americana no Brasil). Trata-se de um documento que parte de Washington e de Brasília. A CÂMARA DE COMÉRCIO DOS EUA e a ANCHAM BRASIL, que representam as empresas americanas no Brasil, emitiram a seguinte declaração após o anúncio de Trump de uma proposta de tarifa de 50%, que começaria a vigorar a partir de 01/08/2025:
“A CÂMARA DE COMÉRCIO DOS EUA e a ANCHAM BRASIL instam o GOVERNO AMERICANO e o GOVERNO BRASILEIRO a se engajarem em negociações de alto nível para evitar a implementação de tarifas prejudiciais. Impor tais medidas em resposta a tensões políticas mais amplas corre o risco de causar danos reais a uma das relações econômicas mais importantes dos EUA e estabelece um precedente preocupante. A tarifa proposta de 50% impactaria produtos essenciais para as cadeias de suprimentos e consumidores dos EUA, aumentando os custos para as famílias e reduzindo a competitividade das principais indústrias americanas.”
Além disso, mais de 6.500 pequenas empresas dos EUA dependem de importações do Brasil, enquanto 3.900 empresas americanas investem e operam no país.
A CÂMARA DE COMÉRCIO DOS EUA e a ANCHAM BRASIL destacam que este é um movimento e um documento que parte de Washington. O Brasil é um dos principais mercados de exportação dos EUA e o destino de quase 60 bilhões de dólares em bens e serviços americanos todos os anos. Uma relação comercial estável e produtiva entre as duas maiores economias do hemisfério beneficia os consumidores, sustenta empregos e promove prosperidade mútua.
A CÂMARA DE COMÉRCIO DOS EUA e a ANCHAM BRASIL estão prontas para apoiar esforços que conduzam a uma solução negociada, pragmática e construtiva, que evite a escalada e garanta um comércio contínuo e mutuamente benéfico para ambos os países.
CONSIDERAÇÕES DO COMENDADOR JOSÉ FERREIRA
Esta tarifação terá um impacto significativo na economia brasileira: na indústria, no agronegócio, no agroindustrial, na política, no PIB, no povo e em toda a cadeia produtiva do país, prejudicando a geração de empregos e o desenvolvimento econômico e social de nossa nação.
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros vendidos aos EUA tem um potencial bilionário de impacto. Só em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões para os EUA, o que representou 12% do total exportado.
A justificativa para essa tarifa transcende questões comerciais e esbarra em ingerência inadequada em pautas de política interna, como o julgamento do ex-presidente Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, e questões de soberania, como as multas impostas pelo STF às plataformas de mídia social dos EUA por infrações à legislação brasileira.
Além disso, a carta de Trump ao governo brasileiro menciona uma suposta “relação comercial injusta” e um déficit comercial dos EUA com o Brasil, o que, como veremos, não se alinha com os dados históricos.
AS IMPLICAÇÕES PARA A ECONOMIA BRASILEIRA
Se essa tarifa de 50% for implementada, os efeitos serão sentidos principalmente em três frentes:
- Exportações: Produtos como café, carne bovina, suco de laranja, ferro e aço bruto/semiacabado, petróleo e derivados, aeronaves, papel e celulose, entre outros, perderão competitividade no mercado americano, causando danos à balança comercial brasileira.
- Instabilidade no mercado financeiro: A insegurança global afeta o fluxo de capital. Com maior percepção de risco, investidores podem sair do Brasil, fortalecendo o dólar, enfraquecendo o real e pressionando a inflação.
- Setores produtivos: Empresas brasileiras dependentes das exportações para os EUA podem reduzir produção, cortar empregos e rever investimentos.
O mercado financeiro não reage bem a incertezas, e essa é uma das grandes. A percepção de risco, já existente, seria reforçada por essa instabilidade nas relações comerciais com uma das maiores economias do mundo.
A NEGOCIAÇÃO ESTÁ APENAS COMEÇANDO
O anúncio de Trump, embora sério, ainda está no campo da pressão política. Seus métodos agressivos são conhecidos por forçar negociações.
Um ponto que reforça essa tese é a contradição nos argumentos econômicos de Trump. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços mostram que, historicamente, o Brasil tem déficit comercial com os EUA (importa mais do que exporta). Em 2024, esse déficit foi de US$ 284 milhões.
Além disso, tarifas tão drásticas também prejudicariam os EUA. Cadeias produtivas americanas, como as de aço e aviação, dependem de insumos brasileiros. Substituí-los não é simples.
A natureza política das justificativas sugere que o objetivo real seja pressão, não a implementação total da tarifa. A carta menciona que as tarifas podem ser “modificadas, para cima ou para baixo”, dependendo da relação. Isso abre espaço para negociações diplomáticas.
Segue o gráfico:

Gráfico de pizza com os principais produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos em 2024, totalizando 40,4 bilhões de dólares. Os percentuais por categoria são: petróleo e derivados (18,3%), ferro ou aço bruto e produtos semi-acabados (13,2%), aeronaves e outros equipamentos (6,7%), café não torrado (4,7%), celulose (4,1%) e outros produtos (53,0%), representando 21,3 bilhões. O gráfico é ilustrado com um navio de carga no centro.
CONSELHO AO INVESTIDOR NESTE MOMENTO
- Evite decisões precipitadas: Volatilidade é comum em momentos de incerteza. Mantenha a calma e não aja por medo.
- Mantenha o planejamento de longo prazo: Se sua estratégia é sólida e diversificada, crises podem abrir oportunidades de compra de ativos de qualidade.
- O “Tarifaço” ainda é incerto: A negociação e a diplomacia definirão o impacto real.
- Internacionalização pode ser uma oportunidade: Este é um momento para considerar a expansão de negócios para os EUA, mas com cautela na escolha de parceiros e respeito às leis locais.
CONCLUSÃO
Os líderes governamentais e empresariais brasileiros buscam uma nova fórmula de conciliação entre as nações americana e brasileira, além de novos parceiros comerciais. Tenho certeza de que esta crise trará aprendizados para um país tão grande como o Brasil. Esta pátria é abençoada por Deus, e a nação brasileira sempre sobreviverá e se manterá forte.
Por: Comendador José Ferreira